sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NÃO SERIA INCRÍVEL SE... – Sobre o filme “Stargate”.

Uma aventura em outro planeta que explica a origem dos mitos. Não seria o máximo se fosse verdade?

                             



   Confesso que passo por fases cinéfilas obsessivas. Já tive minha fase Colin Firth, Mark Ruffalo, Michael Fassbender, enfim, atores cuja atuação é sempre boa de assistir, mas há um em especial em meu coração que até me ajuda nas minhas lições de Inglês: JAMES SPADER. Se Colin Firth e seu Mr. Darcy despertaram meu interesse em estudar a língua anglo-saxônica, James Spader e seus personagens me fizeram cair de amores por ela. Mais lembrado como o colega arrogante da protagonista de “A garota de rosa-shocking”, o muy amigo de “sexo, mentiras e videotape” e o advogado sexy e excêntrico de “Secretária”, Spader é simplesmente aquele tipo de ator que preenche o enredo e o carrega no colo, se precisar. E quase sempre são histórias intrigantes, como este “Stargate”.


James Spader como o egiptólogo e linguista Dr. Daniel Jackson.
                        

   “Stargate” levanta uma questão que eu, quando estudante de Letras, já vi debatida em seminários: como se formou a Cultura Antiga? De onde vêm todos os mitos? Terão uma origem comum? Tal é a missão dada ao Dr. Daniel Jackson (James Spader), egiptólogo e estudioso dos hieróglifos egípcios (um linguista.). Em outras palavras, ele é um completo nerd: vive para o trabalho, tentando provar suas teorias de que as pirâmides do Egito são anteriores à sua cultura – o que leva a se tornar motivo de chacota pela comunidade acadêmica. Despejado e sem dinheiro, ele é convidado (ou melhor, convocado) por uma senhora misteriosa, Catherine Langford, a participar de uma pesquisa envolvendo os hieróglifos talhados em lajes antigas encontradas no Planalto de Giza décadas atrás. De cara ficamos sabendo que a coisa é importante, pois o lugar aonde Jackson é levado é no subterrâneo, guardado por militares. O que os cientistas não conseguiram em dois anos, Daniel, com sua incrível capacidade e conhecimento, leva duas semanas para descobrir: as lajes egípcias são uma espécie de mapa para algum lugar ignorado. É aí que o verdadeiro motivo de tanto segredo se revela: um enorme portão de 30 metros de diâmetro feito de quartzo e um metal desconhecido, que também foi encontrado no Planalto de Giza. Segundo os estudos de Daniel, o portão é chamado de Stargate, que é acionado tão logo o egiptólogo identifica o sétimo símbolo desenhado nas lajes. Com os militares querendo fazer uma missão de reconhecimento, Jackson se oferece para integrar a equipe do Coronel O’Neil movido pela curiosidade científica: o que o Egito Antigo tem a ver com o Stargate? A resposta não demora a vir: atravessando o portão, a missão é levada a um planeta da galáxia Kaliam, do outro lado do Universo – e vejam só o que eles encontram por lá: uma enorme PIRÂMIDE IGUAL à de Giza. A desprezada teoria de Daniel estava certa!

Atravesse o Stargate e encontre...

... num planeta muito, mas MUITO distante, uma pirâmide igualzinha às do Egito!

   Lá eles também encontram uma civilização primitiva trabalhando numa espécie de mina e (que cena empolgante!) ao tentarem estabelecer contato, o povo toma Daniel como ser superior – o que é bem engraçado, se levar em conta as cenas anteriores. Levados à cidade, logo percebem o porquê: os nativos têm Rá, conhecido deus egípcio, como deus único, e Daniel carrega um pingente com o Olho de Rá, presente da sra. Catherine: é o suficiente para que o povo o trate como enviado divino! Eles fazem uma festa em homenagem ao egiptólogo, lhe dão comida, banho e até uma “prenda” (cena hilária!), que, aliás, o ajuda a aprender a língua dos nativos. Desse modo, ele descobre a história por trás do Stargate: Rá é, ninguém mais, ninguém menos, que um alienígena! Fugindo da extinção, Rá encontrou aquele planeta e decidiu ser o soberano eterno do lugar, construindo o Stargate para se conectar a Terra e levar pessoas daqui para escravizá-las por lá. Contudo, os terráqueos se revoltaram e enterraram o portão, e com receio de que a mesma coisa acontecesse em seu “reino”, Rá baniu a leitura e a escrita para que aquele povo nunca se lembrasse da verdade. Impossibilitados de voltar à Terra, Jackson, Coronel O’Neil e a equipe voltam para a pirâmide a fim de encontrar o sétimo símbolo, mas são surpreendidos por Rá e sua guarda. Pronto, temos o maior conflito do filme: Humanos contra “deuses”. A vinda dos terráqueos muda a perspectiva da população escravizada, que agora quer se ver livre da ameaça que Rá representa.

Contato imediato melhor que esse não há!


Coronel O'Neil (Kurt Russel): tudo pela missão.
                                
           
   Importante destacar o papel do Coronel O’Neil na história: traumatizado com a perda do filho, ele não quer envolver ninguém numa luta que não considera válida, prefere destruir o Stargate e a si mesmo, se precisar (aliás, essa era a sua missão desde o início). É o egiptólogo que o faz perceber o óbvio: de nada adiantaria destruir o portão e deixar o povo sob o jugo indigno da escravidão; “Ninguém aqui quer morrer”, diz Daniel. E todos ali têm motivos para viver: os nativos querem sua liberdade, os soldados querem voltar para casa e Daniel... bem, ele agora tem Shau’ri, a bela nativa com quem se CASOU sem saber – aliás, a cena em que ele descobre que está casado com a moça é ao mesmo tempo engraçada e romântica, afinal, um homem que vivia para a sua pesquisa sem ter reconhecimento algum, encontrar o amor verdadeiro é SIM motivo suficiente para arriscar tudo, inclusive a missão e a própria vida. A cara de bobo de Daniel Jackson é muito fofa – é clichê, claro, mas como funciona!


Daniel e Shau'ri: Amor em meio a adversidade.

   “Stargate” é um filme que faz pensar em como seria incrível se a Civilização Antiga tivesse sido criada por alienígenas; explicaria muita coisa! Esse tipo de indagação, inclusive, é tema de documentários de canais respeitados, como o Discovery e o National Geographic. Estudamos tanto esta parte da História que é interessante especular o quanto de extraterreno há na Antiguidade, com aqueles deuses morando em montes, vindos do céu em carruagens de fogo, metade homem, metade bicho... Explicaria também porque todas essas culturas desapareceram até sobrarem apenas as pistas. Com todos aqueles milhões de dólares gastos para pesquisar Marte, e a prova da existência de vida em outros planetas está bem debaixo de nossos narizes! No fim, Jackson tem razão quando questiona: quando é que a comunidade científica começará a fazer as perguntas certas? Está bem, eu sei que “Stargate” é só um filme, que é pura fantasia, que o meu amor por James Spader é maior que tudo, mas convenhamos, a ideia central do enredo não deixa de ser válida! É até mais plausível que “Avatar”, sim, aquele do bichão azul em 3D: mesmo com os efeitos especiais limitados pela época (o filme é de 1994), “Stargate” consegue ser coerente quando conecta dois mundos diferentes com raízes históricas semelhantes: uma raça primitiva com futuro promissor que encontra meios de se libertar daquele que a impede de evoluir. Um novo céu, uma nova terra, uma nova visão de mundo – tanto para uns, quanto para outros.


P.S.: Outro dia comento outro filme com James Spader: “Secretária”.

P.S.²: Quem quiser saborear o trabalho dele, Spader está no ar como o protagonista da série “The Blacklist”. O homem tá cinquentão, mas quem se importa? Ele é que nem vinho: uma delícia! <3

Um comentário:

  1. Saudações


    O filme parece ter explorado este verdadeiro dogma sobre a antiguidade humana que, de certo, poderá assim permanecer por muito e muito tempo ainda. Não que seja um malefício, mas ficar à par de como tais construções foram erguidas, em meio à tantos estudos, é deveras empolgante.

    Parece que tu canalizou muito bem o enfoque do filme, nobre Eveline.
    Ótimo texto.^^


    Até mais!

    ResponderExcluir