quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

AS DEZ CENAS DE FILMES QUE MARCARAM A MINHA MEMÓRIA

Quem gosta de cinema sempre tem aqueles filmes que marcaram mais do que outros. Essa é a minha lista!


 

Eu já revelei dias atrás que a minha paixão pelo cinema surgiu quando eu tinha quase dez anos. De lá para cá, assisti a tantos que nem atento ao número exato de produções que passaram pela minha retina míope. Mas, mesmo com cinco graus em cada olho e ainda 1,25 de astigmatismo na visão esquerda, nada me impediu que eu apreciasse filmes, dos maravilhosos aos nem tanto assim, e alguns deles me marcaram com cenas que simplesmente imprimiram-se na minha memória. Quando alguém me pergunta qual é o meu filme preferido, eu respondo que tenho vários. Eis abaixo aqueles que não saem da minha lembrança – a famosa lista dos dez favoritos. Começando em ordem decrescente...

10. O naufrágio do Titanic, em “Titanic” – Há quem diga hoje em dia que o filme de James Cameron beira a pieguice, mas convenhamos, foi o filme certo no momento exato. Da técnica à trilha sonora, tudo perfeito. Quanto ao enredo, podem me chamar de mórbida, mas para mim, o filme só melhora quando o transatlântico bate no iceberg. O desespero, a angústia, o medo da morte e o instinto de sobrevivência, estão todos ali. Vão me dizer que a cena de um solitário bote salva-vidas navegando sobre cadáveres congelados não consegue despertar compaixão pelas vítimas reais do acidente? Devido a essa cena fiquei meses sem viajar de barco pelos rios amazônicos, meus amores.

                       


9. O dia D, em “O resgate do Soldado Ryan” – Não há nenhum outro filme de guerra que se compare às cenas inicias do filme de Steven Spielberg. Alguns dizem que o chamado dia D foi uma jogada de marketing dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, pois os nazistas àquela altura já estavam derrotados. Difícil acreditar quando se vê as balas atravessarem os corpos dos soldados dentro da água... E a câmera nos inserindo na ação, já na praia? O medo toma conta do espectador, e a sensação de perigo é constante, mesmo que estejamos confortáveis na poltrona da sala ou do cinema.


                        

8. A quebra do feitiço de Fera, em “A Bela e a Fera” – Mas por que filme da Disney? Ora, a cena em que a Fera volta a ser Príncipe é uma das mais bem feitas realizadas pelo estúdio do Mickey, tanto na parte técnica quanto de todo o resto. A trilha sonora que vai crescendo à medida que Fera se transforma, e explode quando ele se revela humano contribui para essa cena específica ser A MELHOR de todos os filmes da Disney, sendo desbancada apenas por...
                        


6. A morte de Mufasa, pai de Simba, em “O Rei Leão” – Do estouro dos gnus, reproduzido de forma impressionante, à fuga de Simba, enganado por Scar, a morte do pai do leãozinho é de derreter o gelo da mais fria das criaturas. Dá vontade de gritar: “Foi o Scar! Foi o Scar!”


                        

5. O encontro entre o pianista judeu e o oficial nazista, em “O pianista” – Adrien Brody passa o filme quase todo fugindo dos nazistas, se escondendo em lugares improváveis, escapando por um triz... E por causa de uma lata de picles em conserva é pego por um soldado alemão. Só mesmo o talento de tocar “Balada nº 1 em Sol Menor” de Chopin, de forma tão magnífica a ponto de comover o oficial, foi capaz de salvá-lo da morte certa. E sem largar a lata de picles. Obrigada, Roman Polanski.


                       

4. Todas as cenas de Jack Lemmon, em “Quanto mais quente melhor” – Tony Curtis é o galã, Jack Lemmon é o coitado que sempre se dá mal. E é Jack que segura o filme inteiro, sobre dois músicos que testemunham um crime e, para fugir da máfia, se vestem com roupas femininas e embarcam num trem para tocar numa banda composta só por mulheres, cuja vocalista é ninguém mais, ninguém menos, que Marilyn Monroe (num de seus últimos filmes de sucesso). Enquanto Curtis não desfaz o bico, Lemmon simplesmente rouba a cena em situações para lá de inusitadas. Difícil não rir.

                             

3. Liam Nessom vê cadáveres sendo incinerados em campo de concentração, em “A Lista de Schindler” – Eis o filme que despertou meu gosto para o cinema, quando assisti a premiação do Oscar de 1993. E por que ele está em terceiro, e não em primeiro? Bom, eu só pude vê-lo bem mais tarde, devido ao conteúdo forte, e nesse decorrer eu já havia assistido aos dois primeiros lugares... Bom, o fato é que a cena onde o personagem de Nessom assiste horrorizado à exumação e posterior cremação de corpos de judeus assassinados pelos nazistas me impressionou de tal maneira, que eu não conseguia parar de chorar nos dias que se seguiram – chegando a preocupar a coordenadora da minha escola. Óbvio que não contei o motivo da choradeira. Ninguém nunca leva a sério quando alguém admite que é do tipo que chora quando assiste a um filme. Ainda mais adolescente!

                             

2. Rhett Butler abandona Scarlet O’Hara, em “... E o vento levou” – Vou te contar, hein? A mulher passa o filme inteiro correndo atrás de um cara muito menos fascinante que o Rhett Butler, MARIDO DELA, e quando finalmente Scarlet O’Hara se dá conta de que é a ele que ela ama, este a abandona. Como não vibrar ver Clark Gable dizendo para uma chorosa Vivien Leigh: “francamente, minha cara, eu não dou a mínima!”? Bem feito, Scarlet, quem manda?

                     

E o primeiro lugar vai para...

1. Charles Chaplin correndo para salvar Jackie Coogan, em “O garoto” – Chaplin sabia melhor que ninguém como emocionar o público. A história do Vagabundo que adota um órfão cativa logo na primeira pedra, e sem percebermos, estamos simplesmente apaixonados pela dupla. Tão ligados a eles ficamos que, quando a polícia surge para tirar o garoto da casa do Vagabundo, nós choramos com o desespero de ambos, compartilhamos a dor que ultrapassa o limite do preto-e-branco através dos olhos azuis muito claros e arregalados de Chaplin, e torcemos para que ele consiga alcançar o carro que leva Coogan para longe. E quando finalmente pai e filho se abraçam aliviados, também assim ficamos. Isso é arte da mais pura, meus amigos. Isso é cinema!


                        

Menção Honrosa: Audrey Hepburn e Rex Harrison se encontram pela primeira vez, em “My fair lady” – O encontro entre um professor de linguística e uma florista pobretona que consegue falar mais errado que o Cebolinha, logo no início deste musical, é engraçado e tremendamente bem realizado. Audrey Hepburn, acostumada a interpretar personagens refinadas, surpreende ao interpretar uma completamente oposta a tudo que ela já havia feito. Se bem que não dá para não pensar em como seria o filme se a protagonista fosse interpretada por Julie Andrews, que era a detentora do papel nos palcos da Brodway. Mas tudo bem, o filme é loverly (“adorárvel”) mesmo assim.


                        

Então, aí está. Minha lista de cenas favoritas de filmes que marcaram a minha memória. Isso diz muito sobre a pessoa, não é mesmo? E só agora reparei que boa parte são filmes de guerra. Nossa, essa até eu não imaginava! E quanto a você? Que cena de filme mais te marcou? Comente aí! Gostaria de saber sua opinião.

Um comentário:

  1. Boa Noite! Sua maneira de escrever e colocar cada palavra é muito especial. Você conseguiu prender a minha atenção com os detalhes que quase passam despercebidos quando vivemos situações.
    Mas você escrevendo essas situações, faz a gente sentir também os seus sentimentos; como foi e como é cheio de vida.
    - Mas por que estou exaltando esses detalhes?

    - Porque eu gostaria de comprar um livro escrito por você e porque acredito que essa teria que ser a sua empreitada e jornada.
    - Pense nisso, não deixe passar em branco!
    Alem de gostar de escrever você fará muita gente gostar de ler.

    Um abraço
    Antonio

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