OS DEZ PERSONAGENS (MASCULINOS) LITERÁRIOS INESQUECÍVEIS QUE ESTÃO NA MINHA ESTANTE

Afinal, o que seria das histórias clássicas sem seus personagens cativantes? Os masculinos principalmente, hehehe!





Ler sempre foi um dos meus maiores prazeres, desde que eu descobri as letras. Claro que em boa parte da minha infância os contos de fadas reinaram absolutos, mas assim que descobri os romances, não larguei mais. Muitas vezes, as pessoas fazem uma relação dos seus livros inesquecíveis, contudo, para mim, um romance não seria um romance sem os seus personagens, que fazem a história que está sendo contada ser gravada na lembrança para sempre. Alguns, de tão queridos, tornam-se inestimáveis, é como um amigo, ou até mesmo – por que não? – um desejo romântico. Por exemplo, ao invés de fazer mais uma lista entre tantas de livros favoritos, porque não fazer uma de personagens favoritos? Na proposta que faço neste post, listarei os meus personagens masculinos favoritos: sim, aqueles que invariavelmente se tornam um modelo de homem, mesmo que a pessoa negue isso até sob tortura. Duvido se até a mais taciturna das mulheres um dia não sonhou com um Mr. Wentworth ou mesmo um Odissseu, que enfrenta tudo e todos só para voltar aos braços da mulher amada. Secretamente, óbvio. Ninguém imagina os mistérios que o coração feminino pode guardar – maior que uma bolsa ou sapato da última moda, tenha certeza.

Quem me conhece sabe, não sou uma pessoa que se deixa levar por devaneios. Mas não sou de ferro, colegas. Quando abro um livro e me deparo com um personagem que, apesar dos pesares, é perfeito (alguns até demais), não consigo evitar imaginá-lo na minha frente, me fazendo pronunciar um “ooooown” ridículo em cada cena de amor. Sim, eu falo isso. Baixo, mas falo. Mesmo sendo uma pessoa prática e que adora a liberdade, eu ainda imagino ser a mulher por quem o meu número 1 se declara naquela cena da castanheira, fazer o quê. Claro que esses rompantes acabam na última página, porém isso não diminui nem um pouco o sorrisão que deve estar estampado na sua cara, se perguntando como eu posso ser tão boba.

Começando a lista, em ordem decrescente:

10. Simão, de “Amor de Perdição”

Camilo Castelo Branco quis fazer um Romeu e Julieta à lusitana e trabalhou bem nisso. A trágica história do amor de Simão e Tereza é presença constante nos livros sobre literatura, como um dos expoentes do Romantismo português; por outro lado, é incrível como o personagem masculino principal é mais interessante que seu par romântico. É Simão, ao lado de Mariana, que move a maior parte da ação do romance, e olha que a última, teoricamente, é uma personagem secundária – que, na minha opinião, rouba a cena com a sua dedicação ao sentimento que a toma. A cena na cadeia, quando Mariana recebe a notícia da morte do pai, com Simão implorando para que ela não ceda à dor e permaneça ao lado dele, com ele, sempre me deu a impressão de que a verdadeira Julieta daquele Romeu era ela. Enfim, a paixão que toma Simão o torna o homem romântico que as Musas evitaram de se tornar um Werther: o sentimento não o impeliu de destruir-se, mas o consumiu de tal maneira que a paixão sobrecarregou o corpo físico. O tipo de amor que não quero para mim, mas que na Literatura é digno de nota.

09. Augusto, de “A Moreninha”

Joaquim Manuel de Macedo era um humorista nato ao retratar a sociedade carioca do século XIX. “A Moreninha” é uma típica comédia romântica, do tipo que vira reprise de Sessão da Tarde sem perder o brilho. Augusto é charmoso, galanteador, sabe como tratar uma mulher, e é o centro de uma cena para lá de inusitada que mal dá para acreditar que não deixou o público da época escandalizado: vestido apenas com as roupas de baixo, sob uma cama, a ouvir a conversa de toilette de um grupo de moças – com direito a uma descrição do desejo por dar uma dentada no tornozelo de alguém. Mas é no seu amor por Carolina, a Moreninha do título, que faz dele o príncipe encantado com um objeto mágico que lhe trará o final feliz. Ai, que fofo!

08. Jesse, de “A Mediadora”

Meg Cabot, sua linda! Primeira saga juvenil que li na vida quando menina e foi logo revelando um personagem masculino perfeito em todos os sentidos: cavalheiro, conselheiro, defensor da honra, praticamente um super herói e com um sorriso e sotaque matadores. Como não suspirar a cada “mi hermosa” dita por Jesse? Não é à toa que Suzannah, a protagonista da história, lutou tanto para não se apaixonar pelo rapaz (em vão, claro). O cara é incrível! Só tem um defeito, assim, pequeninho e sem importância: Jesse é um FANTASMA, que assombra o lugar onde fica a casa de Suzannah desde que morreu há 150 anos, provando que homens perfeitos são mesmo coisa do passado. Ai, ai...

07. Fernando, de “Senhora”

Aquele tipo de personagem que dá pena no começo, pra logo em seguida sentir raiva e no fim cair de amores. Assim é Fernando, de “Senhora” (que tem resenha aqui). José de Alencar caprichou nesse romance! Tanto que Fernando nem sequer é o que pode ser chamado de herói. Abandona seu verdadeiro amor, casa-se por dinheiro, submete-se a todo tipo de humilhação, e quando ENFIM aprende a lição, torna-se o homem dos sonhos de Aurélia. Claro que há cenas de tirar o fôlego, como aquela depois da valsa com os dois sozinhos numa espécie de ante-sala. O braço dele encostando “sem querer” no colo dela, com Aurélia deixando escapar um suspiro e Fernando com vontade de “ousar”. Vibração íntima, escreve Alencar. Aham, sei. Hoje em dia isso tem outro nome, viu senhor?

06. Fernando, de “A Marca de Uma Lágrima”

Outro Fernando, mas agora um que arranca suspiros desde a primeira aparição. O livro de Pedro Bandeira foi quem me trouxe para a literatura infanto-juvenil pela primeira vez, e foi paixão à primeira vista. Eu não tenho vocabulário para descrever o que Fernando significou para mim, ele é praticamente o namorado perfeito que toda adolescente sonha ter: carinhoso, amigo, esperto, e que SEMPRE está no lugar certo e no momento exato, seja na escola, ou no hospital segurando um frasco qualquer. Aaaah, e aquela correntinha salvadora… Queria alguém pra me chamar de Senhorita Ilusão de um jeito tão encantador como este garoto!

05. Eros, de “Eros e Psiquê”

O deus do amor que se apaixona por uma mortal e engana meio mundo grego para viver esse amor em paz, só que na surdina. Sorte que a Psiquê não estava na mesma sintonia, porém a pobre teve que passar por várias provações para enfim ser aceita como a esposa oficial de um ser divino. SÓ UMA COISA: ele convenceu Apolo a ajudá-lo a enganar os pais da moça, dizendo que o destino de Psiquê era casar-se com um monstro – uma serpente alada. SERPENTE ALADA. E não fica rindo de mim não, porque sei que você pensou a mesma coisa!

04. Coronel Brandon, de “Razão e Sentimento” (ou “Razão e Sensibilidade”)

Romântico até dizer chega: assim é o melhor personagem de Jane Austen no seu livro mais famoso. Só mesmo um homem como ele para ter a paciência de Jó com a mulher que escolheu para amar, Marianne Dashwood, a mais chata de todas as protagonistas femininas da autora. Eu não faço segredo, detesto Marianne, mas a perdoo por causa de Brandon, que afinal, conquista o coração da moça e é responsável por inserir um pouco de juízo naquela cabeça de vento. COMO É QUE PODE A MULHER ESNOBAR UM HOMEM DESSES POR QUASE TODO O ROMANCE, MINHA GENTE??? E ficar correndo atrás de um que é claramente um canalha? Deus, como eu sentia raiva enquanto lia!

03. Mr. Thornton, de “Norte & Sul”

É o único mais recente, li o livro pela primeira vez em 2014 (também tem resenha aqui no blog) e me apaixonei pelo personagem de Elizabeth Gaskell, tanto que ele é o terceiro favorito. Thornton é batalhador, chegou ao topo de forma íntegra, sem passar por cima de ninguém, tudo o que tem é fruto de seu trabalho honesto como administrador da fábrica de que é proprietário. Sua rotina de trabalho é interrompida com a chegada de Margaret a cidade de Milton, e aí já viu… Pense num homem que se apaixona de um jeito que a gente até perde a calma com a protagonista por refutar a declaração de amor dele tão emocionante. AI, QUE ÓDIO! Sorte que o amor de Thornton foi forte o suficiente pra resistir ao baque, e aos poucos minar aquele ICEBERG que é a Margaret!

02. Mr. Darcy, de “Orgulho e Preconceito”

Preciso mesmo falar alguma coisa sobre Mr. Darcy que não seja uma frase com o maior número de adjetivos possíveis e todos favoráveis? Tudo bem, ele é orgulhoso, mas convenhamos, meus amigos: que mulher não daria tudo só pra tê-lo de carne e osso bem à sua frente e cheio de amor pra dar? Prova disso são as inúmeras adaptações que o livro de Jane Austen teve ao longo dos anos, principalmente na TV e no cinema, revelando ao mundo nomes como Colin Firth e Matthew MacFayden, nas respectivas mídias. Na minha preferência, ele só perde para...

01. Mr. Rochester, de “Jane Eyre”

U-A-U. Jesus, me abana. Um personagem que foge inteiramente aos padrões, descrito até como feio pela autora Charlotte Brontë, mas que conquista justamente por ser diferente. Ele não dá a mínima para as convenções, pouco se importa com o mundo ao seu redor, o que Mr. Rochester quer mesmo é amar Jane Eyre. A cena da castanheira, onde inteligentemente Rochester arranca uma confissão de Jane, para logo se declarar e pedi-la em casamento, é para ativar o modo “ooownnnn” de qualquer uma! Nunca me esqueço da primeira vez que li o romance, eu ficava dividida entre o susto e o fascínio por esse homem tão enigmático e ao mesmo tempo tão apaixonante. Charlotte criou um personagem masculino na medida para enfeitiçar as leitoras, com direito a ambiente gótico e um segredo trancado no sótão, que dá a virada do romance. Perfeição extrema define (e claro que já escrevi resenha! Não perco tempo, amigos!).

Claro que essa lista pode mudar, afinal, o mundo da Literatura está povoado de personagens instigantes e sedutores. Os da lista acima, na minha opinião, chegam à perfeição, por reunir características que me fazem torcer pela felicidade deles, mesmo que o final da história seja infeliz (como no caso de Simão) ou não (como no caso de Thornton, Rochester e os demais).

E vocês, quais são os seus personagens favoritos? Publique nos comentários!